No âmbito da linha de Ação 3B - Biorecursos, Biotecnologia e Bioeconomia - do ISOPlexis, Centro em Agricultura Sustentável e Tecnologia Alimentar têm sido desenvolvida investigação com o objetivo de expandir o conhecimento e promover a bioeconomia ou a economia circular.
Esta linha de ação enquadra-se na Estratégia Regional de Especialização Inteligente (EREI) da Madeira para os domínios da Agricultura e Biosustentabilidade, e na estratégia transfronteiriça para o espaço da Macaronésia.
No âmbito da linha 3B, o projeto estruturante Bioecoinova tem por objetivo utilizar biorecursos e subprodutos das produções agrícolas para o desenvolvimento de novas soluções de natureza biológica, com aplicação na agricultura e/ou na cadeia alimentar.
Este projeto enquadra-se na estratégia do Prado ao Prato do Pacto Ecológico (Green Deal), e encontra-se alinhado com a meta de construção de sistemas de produção alimentar resilientes e neutros em carbono, através da utilização e aplicação de biorecursos não tradicionais, de subprodutos e de resíduos agrícolas ou alimentares. A biotecnologia e biorrefinaria são utilizadas para acrescentar valor a estes recursos ou obter matérias-primas e substâncias empregues no desenvolvimento de novas soluções biológicas. Estas soluções incluem o desenvolvimento de biofertilizantes, substâncias bioprotectoras e bioestimulandos, incluído o seu encapsulamento (nanoestimulantes), suplementos e ingredientes alimentares. Estes estudos possuem enorme importância e actualidade, tendo em consideração as alterações climáticas em curso e a sustentabilidade das cadeias de produção alimentar. Estes estudos são desenvolvidos em parceira com diversos parceiros locais, nacionais ou internacionais, podendo ser realçadas as colaborações com Universidades dos Açores e de La Laguna (Canárias, Espanha), Instituto de Produtos Naturais e Agrobiologia (IPNA, Canárias, Espanha), Centro de Investigação em Tecnologias Agro-ambientais e Biológicas (CITAB), I3N e a Phytoalgae.
A linha 3B apresenta conexões e sinergias diversas com as restantes linhas de investigação do ISOPlexis, em particular as linhas MIA2 e C2DA, dado que nestes estudos têm sido envolvidas culturas tradicionais da Madeira, e variedades e recursos genéticos “endógenos” [regionais], socorrendo-se para o efeito da grande agrodiversidade presente na Região, dos recursos do Banco de Germoplasma ISOPlexis e do seu Sistema de Documentação e Informação (SDI).
A investigação da linha 3B e o seu projeto estruturante Bioecoinova têm sido desenvolvidos a partir do financiamento dos programas operacional Madeira 14-20, INTERREG B, PCT-MAC e Horizonte 2020.
A genotipagem tem como objetivo identificar carateres úteis e marcadores funcionais, relacionados, com produtividade, qualidade e capacidade de adaptação (tolerâncias e resistências a stresses abióticos e bióticos, controlo dos processos fenológicos) das culturas ou recursos biológicos, os quais podem ser utilizados na tipagem e controlo de qualidade de variedades, recursos e produtos locais, servindo para identificar material genético que possa ser utilizado em culturas mais bem-adaptadas às condições agroecológicas, incluindo climáticas, ou outras aplicações biotecnológicas. Estes estudos pressupõem o uso de modernas técnicas laboratoriais de biologia molecular e bioquímica. Estas atividades são desenvolvidas isoladamente ou em coordenação com as linhas de Monitorização da agrodiversidade, Recursos genéticos para agricultura e alimentação ou Tecnologia alimentar.
A fenotipagem tem como objetivo a caracterização, avaliação e valorização de culturas agrícolas regionais, produtos agroalimentares e recursos biológicos, através da identificação de caraterísticas específicas com potencial agronómico, alimentar ou biotecnológico. Uma das maiores aplicações do processo de fenotipagem incide nas culturas agrícolas, e na seleção e desenvolvimento de novas variedades submetidas a condições de stress abiótico. Para atingir estes objetivos, na genotipagem e fenotipagem, recorre-se a ensaios em campo, estufa e em câmaras de crescimento com condições climáticas controladas. Estas atividades são desenvolvidas isoladamente ou em coordenação com as linhas de Monitorização da agrodiversidade, Recursos genéticos para agricultura e alimentação ou Tecnologia alimentar.
A atividade desta sublinha esta direcionada para a avaliação biotecnológica e valorização dos recursos biológicos, produtos locais e resíduos, envolvendo metodologias de bioprospecção e biorefinaria, avaliação bioquímica e tecnológica, bioensaios e ensaios agronómicos em condições controladas. No âmbito desta atividade, a unidade desenvolveu vários processos tecnológicos e industriais, obtendo aplicações patenteadas, nomeadamente o processamento industrial e obtenção de farinhas a partir de variedades locais de batata-doce (Ipomoea batatas L.), que se encontra patenteado (PT 107526 B). No âmbito desta sublinha desenvolve-se estudos para a utilização do microbiota na restauração do potencial produtivo dos solos e sustentabilidade dos agrossistemas, e de bioprospecção e biorefinaria de biocomponentes e substâncias ativas de algas marinhas e outros biorecursos para a alimentação (suplementos e ingredientes) e agricultura (bioestimulantes e bioprotetores).